Paixão pelo agro: empreendedor mirim cria galinhas, investe em granja doméstica e ‘administra’ fazenda realista nos games

Pequeno Agrônomo: menino de 8 anos cria seu próprio negócio em Piracicaba Foi nas brincadeiras de criança, no quintal de casa, que Gustavo José Mandro, de ...

Paixão pelo agro: empreendedor mirim cria galinhas, investe em granja doméstica e ‘administra’ fazenda realista nos games
Paixão pelo agro: empreendedor mirim cria galinhas, investe em granja doméstica e ‘administra’ fazenda realista nos games (Foto: Reprodução)

Pequeno Agrônomo: menino de 8 anos cria seu próprio negócio em Piracicaba Foi nas brincadeiras de criança, no quintal de casa, que Gustavo José Mandro, de 8 anos, descobriu o fascínio pelo agronegócio. Morador da zona rural de Piracicaba (SP), o sítio da família é o universo de encantamento e sonhos de um futuro traçado com certeza de um adulto experiente. “Estou no terceiro ano. Quero ser engenheiro agrônomo, fazer faculdade na Esalq, trabalhar um ano na cooperativa, comprar terra no Mato Grosso e ficar lá trabalhando por uns cinco anos. Depois, vou me especializar nos Estados Unidos porque lá as técnicas de tratamento de sementes e máquinas são mais avançadas. Tem trator uniporte, outros automáticos, colheitadoras graneleiros”, responde sem pestanejar a pergunta sobre que quer ser quando crescer. Da rotina da escola para o sítio, tem espaço e muita curiosidade pelo mundo digital dos games e buscas por informações sobre clima, economia do agronegócio. 📲 Siga o g1 Piracicaba no Instagram “No jogo, eu compro máquinas. No Google, eu pesquiso sobre o setor, quando o Brasil já produziu nesta safra de cana, como estão o cultivo de soja e milho no Mato Grosso, essas coisas", especifica. Gustavo já é ‘sócio’ da avó e da irmã menor no galinheiro. Tem 87 galinhas, 12 pintinhos e sete galos, sabe a raça de todas e ‘batiza’ algumas delas com nomes de pessoas da família e da escola. “Tem o Murilo, o Fernando, a Claudia, a Sedosinha do Japão”, lista. Gustavo José Mandro, de 8 anos, morador da zona rural de Piracicaba, se tornou um “empreendedor mirim” ao criar galinhas, vender os ovos e reinvestir o lucro para expandir “negócio”. Claudia Assencio/g1 Tudo começou como uma brincadeira com as galinhas poedeiras, entre os dois e quatro anos, na busca pelos ovos. "Ele já me ajuda no síto desde pequenininho, nunca teve medo dos animais. Começou brincando com as galinhas. Quando fez quatro anos, tive que repartir o lucro", ri a avó de Gustavo, Maria Cecília Pinheiro Mandro. "Quando dá quatro horas, já vou chamando para ver se tem ovos. Vamos, Gu!", detalha. Gustavo José Mandro, de 8 anos, morador da zona rural de Piracicaba, cria galinhas e virou 'sócio' da avó Claudia Assencio/g1 Galinhas de presente O menino ganhou as primeiras galinhas da avó, a Maria e a Teresa. “Ele olhava para tudo isso aqui, os tratores, os outros animais, os caminhões e se impressionava”, lembra a avó. O número de galinhas e galos foi crescendo. Com o passar do tempo, os avós, que já vendiam os ovos da própria criação, passaram a vender os das galinhas poedeiras do neto. E o que Gustavo faz com o dinheiro? “Reinvisto os valores para comprar novas galinhas para próxima safra, ração e fazer melhorias no galinheiro”, explica. “Eu gosto muito. Eu vendo para vizinhos, parentes, professores, coordenadora, diretora... Eu ofereço os ovos e, agora, já tenho até encomendas”, conta. Gustavo José Mandro, de 8 anos, ama a vida no sítio, quer fazer faculdade da Esalq-USP e ser engenheiro agrônomo Claudia Assencio/g1 Brincadeira Ainda é uma brincadeira, reforçam avó e neto. Mas, se alguém perguntar ao menino se ele quer sair do sítio, na região do Monte Branco em Piracicaba, para morar no Centro, ele fala sério antes que a pergunte termine. “Mas, nem que me pague", interrompe. "É muito barulho, movimento demais, muita gente, nem para dá para ter galinhas, praticamente”, explica o menino. Gustavo José Mandro e família no sítio onde cria mais de 80 galinhas em Piracicaba Claudia Assencio/g1 E a 'sociedade', dá certo? As galinhas do Gustavo ficam separadas das galinhas da avó. “Nós dividimos meio a meio. Com o dinheiro da venda do ovos, eu invisto na compra de novas galinhas. O negócio está aumentando”, comemora o menino. "Ele vende na escola para quem se interessa, passa conversa em todo mundo. Diz que faz mais barato, que o ovo tem mais proteína, que o do sítio é melhor", detalha a avó. "É natural, porque a gente mora no sítio. Ele nasceu no meio e foi gostando cada vez mais. Ele sai com o avô, que compra porco, galinha, bezerro... E até negocia junto”, detalha a mãe de Gustavo, Dayane Cristina Nascimento Mandro. Gustavo José Mandro, de Piracicaba, é empreendedor mirim e gosta de matemática Claudia Assencio/g1 Ela incentiva a veia empreendedora do filho, mas sempre reforça a importância de estudar e, claro, continuar brincando como toda criança. “No celular, o jogo que ele gosta é de maquinário, de trator, de fazenda... E de brincar de fazendinha com a irmã e jogar futebol com o avô", diz. Gustavo José Mandro, de 8 anos, na sala de aula com a professora de matemática Claudia Alves Machado Ferezini Claudia Assencio/g1 Dia das Crianças Neste domingo (12), data em que se comemora o Dia das Crianças, é claro que o Gustavo também espera os presentes. "Meu avô vai me dar uma bicicleta. Minha mãe vai comprar uma máquina colheitadeira de cana picada para mim. Mas, isso é no jogo”, faz questão de esclarecer. Minha tia vai me dar uma calça jeans e a outra tia já me deu um livro de tratores, para eu pintar", comemora. Gustavo José Mandro, de 8 anos, morador da zona rural de Piracicaba, se tornou um “empreendedor mirim” ao criar galinhas, vender os ovos e reinvestir o lucro para expandir “negócio”. Claudia Assencio/g1 Primeiros passos no empreendedorismo O programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), do Sebrae-SP é gratuito e oferece para as crianças e adolescentes conteúdos e práticas por meio do ensino do empreendedorismo, que estimulam o protagonismo e contribuem para o desenvolvimento. Em Piracicaba, são 41 escolas que aderiram ao programa, com 10,3 mil alunos ao todo. A Escola Municipal Professor Manoel Rodrigues Lourenço, onde Gustavo estuda, é uma delas. Ele já participou do JEPP em 2023 e agora em 2025. “Aprendi sobre empreendedorismo e sobre brinquedos de materiais recicláveis”, afirma o menino. Gustavo José Mandro, de 8 anos, mostra os caminhões, tratores e máquinas agrícolas de brinquedo em sua garagem especial Claudia Assencio/g1 Segundo a analista de negócios do Sebrae-SP, Vivian Lourenço, o intuito é acrescentar à formação já oferecida nas escolas, ajudando a preparar crianças e jovens para a vida. “Ao longo das aulas, as crianças têm a experiência de vivenciar os comportamentos empreendedores, confeccionar produtos ou elaborar um projeto e realizar a Feira do JEPP, que é o momento de apresentar todo o trabalho realizado”, explica Vivian. “Com a história do Gustavo nós vemos a importância de cada vez mais incentivar que as crianças sejam protagonistas das próprias histórias, tenham independência, autoconfiança e comprometimento”, completa. Gustavo dá mamadeira para a cabritinha Laís, nome dado em homenagem a irmão menor Claudia Assencio/g1 Gustavo apresentou sua história durante a Feira do JEPP na escola onde Gustavo no último dia 27 de setembro. Ele teve um espaço separado para que pudesse apresentar sua história para a comunidade escolar, com cartazes e fotos. “Ele sempre foi comunicativo, mas ele está mais confiante depois da feira, mais seguro. Ele quer contar para os outros sobre a criação, falar o que gosta de fazer... A gente tornar isso importante fez a diferença”, afirma a diretora da escola, Adriana Vargas Mendes Janousek. Diretora da escola, Adriana Vargas Mendes Janousek, e empreendedor mirim Gustavo Mandro Claudia Assencio/g1 VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e região Veja outras notícias sobre a região no g1 Piracicaba

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